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domingo, 20 de maio de 2012

Vivamos em transparência – 2º.


Versículos II Rs 05:20-27, Jó 42:01-06, Sl 19:12, Mt 06:06 e Hb 04:13.
Pregador: Pr. Jayme de Amorim Campos
Local: Igreja Internacional da Graça de Deus
Data 19/05/2012
Referências Bibliográficas: A Bíblia Sagrada (versões Almeida Corrigida e Revisada Fiel e Nova Versão Internacional).

Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está no secreto. Então seu Pai, que vê no secreto, o recompensará (Mt 06:06 – NVI).

Como já vimos anteriormente, a oração não consiste em um monólogo nosso ao Senhor Deus e a Seu Filho Jesus, mas em um diálogo onde nós falamos, apresentamos nossos problemas a Eles e então recebemos as Suas respostas. Entretanto, muitos de nós talvez estejamos orando nos enquadremos na primeira hipótese: um monólogo, pois não temos ouvido as respostas dos Céus.

Pode ser que estejamos apenas fazendo a primeira parte do versículo, orando, e estejamos esquecendo do restante da passagem que consiste em fechar a porta. Muitos oramos, buscamos a Deus, porém deixamos uma porta aberta, por onde o inimigo entra e nos causa uma “surdez espiritual”, que nos impede de escutar a Voz do Senhor e que deve ser fechada. Alguns de nós, por exemplo, mesmo freqüentando a igreja, ouvindo a Palavra, gostando do que estamos aprendendo, já sentindo o toque de Deus, ainda assim, permanecemos no vício do cigarro, das drogas, da bebida, etc. Devemos entrar em oração diante do Senhor, confessar essa nossa transgressão e pedir que Ele coloque um nojo em nós dessas coisas do inimigo.

Mas não se tratam apenas das coisas visíveis as quais o Senhor se refere, mas também aquelas que não são vistas por outras pessoas, mas que Ele está vendo, uma vez que nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas (Hb 04:13 – NVI). Todos podem ver uma pessoa fumando, bebendo ou se drogando, mas não conseguem ver outras portas que estão abertas e que o inimigo aproveita como a ira, o ódio, o ressentimento, a raiva de alguém, o sentimento de vingança, a mentira, o adultério mental (ou seja, pensar e nutrir “fantasias” com outra pessoa que não nossos cônjuges), o desejo carnal e não concretizado por outra pessoa do mesmo sexo, a desonestidade financeira, a sonegação de impostos, etc.

Existem ainda, portas abertas que nem sequer sabemos que se tratam de pecados, pois o rei Davi disse em um dos de seus salmos: Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos (Sl 19:12). A esses também devemos pedir ao Senhor que nos mostre e nos ajude a ter nojo deles. Para esclarecer alguma eventual dúvida a cerca dessa colocação, vejamos uma passagem que ocorreu com Jó e que pode nos ajudar a entender.

Então Jó respondeu ao Senhor: "Sei que podes fazer todas as coisas; nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Tu perguntaste: ‘Quem é esse que obscurece o meu conselho sem conhecimento? ’ Certo é que falei de coisas que eu não entendia, coisas tão maravilhosas que eu não poderia saber”. "Tu disseste: ‘Agora escute, e eu falarei; vou fazer-lhe perguntas, e você me responderá’. Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram. Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza" (Jó 42:01-06 – NVI).

Jó definitivamente era um homem de Deus, correto, íntegro e que evitava o mal, e isso era reconhecido pelo Próprio Senhor (Jó 01:08), porém ele cometeu um erro: falou daquilo que não sabia. Aparentemente esse erro é muito menor que um adultério, uma mentira,  ou um homicídio, porém, não existe “pecadinho” ou “pecadão”, qualquer porta (pecado), por menor que seja ela seja, já é o suficiente para o inimigo entrar e começar a sua destruição. Assim sendo, existem coisas que nós julgamos que não são erradas, aos nossos olhos, mas que são aos olhos de Deus.

Ainda que passemos por toda a nossa vida e ninguém descubra as coisas erradas que fizemos, no dia do acerto de contas o Senhor vai escancarar tudo isso a nosso respeito. Nesse momento, não adiantará mais clamarmos por misericórdia ou socorro, a nossa sentença já estará definida. Vejamos um exemplo prático que a Palavra nos trás.

Um breve resumo da passagem. Naamã, o capitão do grande e poderoso exército sírio, havia contraído lepra. Uma das servas de sua esposa era uma menina israelita que contou à sua senhora que em Israel teria um homem capaz de curá-lo, o profeta Eliseu. O capitão foi falar com Eliseu que sequer o recebeu e mandou que se banhasse no rio Jordão sete vezes. Naamã ficou um pouco arredio à idéia, porém aceitou e foi curado de sua enfermidade. Este tentou pagar pela benção, porém, Eliseu não quis.

Então Geazi, servo de Eliseu, homem de Deus, disse: Eis que meu senhor poupou a este sírio Naamã, não recebendo da sua mão alguma coisa do que trazia; porém, vive o SENHOR que hei de correr atrás dele, e receber dele alguma coisa. E foi Geazi a alcançar Naamã; e Naamã, vendo que corria atrás dele, desceu do carro a encontrá-lo, e disse-lhe: Vai tudo bem? E ele disse: Tudo vai bem; meu senhor me mandou dizer: Eis que agora mesmo vieram a mim dois jovens dos filhos dos profetas da montanha de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas mudas de roupas. E disse Naamã: Sê servido tomar dois talentos. E instou com ele, e amarrou dois talentos de prata em dois sacos, com duas mudas de roupas; e pô-los sobre dois dos seus servos, os quais os levaram diante dele (II Rs 05:20-23).

Como a mente humana é perversa. Geazi inventou rapidamente uma estória para levar os pertences do capitão. Infelizmente, isso tem se repetido com muitos de nós, pois criamos as mais fantasiosas e absurdas estórias para justificar a nossa ganância ou nossos erros. Misericórdia Senhor! Isso não pode acontecer.

E, chegando ele a certa altura, tomou-os das suas mãos, e os depositou na casa; e despediu aqueles homens, e foram-se. Então ele entrou, e pôs-se diante de seu senhor. E disse-lhe Eliseu: Donde vens, Geazi? E disse: Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte (II Rs 05:24-25). Será que Eliseu perguntava todas as vezes onde Geazi ia? Obviamente que não. Essa pergunta do profeta foi a chance que Geazi teve de cair na real, arrepender-se e pedir perdão pelo seu erro, ou seja, foi a chance que Deus deu para ele. Não importa o quão grave tenha sido o nosso erro, o Senhor, movido por Sua Misericórdia, sempre nos dará uma chance para nos arrependermos de nossos erros.

Não adianta tentarmos esconder as nossas falhas, Deus sabe de tudo o que fazemos ou pensamos no mais íntimo e escondido canto de nossos corações. Geazi, porém, fez o que muitos de nós faríamos: mentiu, e com isso perdeu sua oportunidade de salvação. Ora, se o Senhor está nos tocando e incomodando por algo que já tenhamos feito, essa é o momento certo de nos acertarmos. Não devemos deixar para depois, afinal, essa pode ser a nossa última chance de Salvação. Pensemos nisso. Ele não aproveitou a sua oportunidade e o que aconteceu?

Porém ele lhe disse: Porventura não foi contigo o meu coração, quando aquele homem voltou do seu carro a encontrar-te? Era a ocasião para receberes prata, e para tomares roupas, olivais e vinhas, ovelhas e bois, servos e servas? Portanto a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre. Então saiu de diante dele leproso, branco como a neve (II Rs 05:26-27). Pois é, Geazi não aproveitou a oportunidade e ficou leproso. Isso é uma representação do que acontecerá no dia do juízo final com quem encobre as suas transgressões: a perdição e o sofrimento eterno. Mesmo ele fazendo todas essas coisas escondidas de Eliseu, o Senhor viu tudo.

A Palavra é muito clara e diz que o que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia (Pv 28:13). Esconder as nossas transgressões do Senhor Deus é impossível. Se encobrirmos as nossas transgressões, como é que queremos prosperidade em nossas vidas, se a segunda depende da confissão dos pecados?

Portanto, sejamos transparentes em nossas vidas. Não deixemos nada, visível ou não, escondido em nossos corações que sirva de munição para o inimigo contra nós. Dessa forma teremos moral para olhar bem na cara do diabo e exigir a sua saída de nossas vidas, pois não temos nenhuma parte com ele. Então, não haverá outra saída para ele senão colocar “o rabinho entre as pernas” e sair de diante de nós. Não façamos como Geazi, que teve a sua oportunidade de se acertar com o Senhor, mas preferiu permanecer na mentira. Façamos exata e totalmente ao contrário. Esse é o momento certo de entrar na Presença do Senhor, pedir perdão pelos nossos erros e pedir misericórdia sobre as nossas vidas. Não esqueçamos da parte final do versículo base de nossa mensagem: fazendo tudo isso, nosso Pai, que vê no secreto, nos recompensará. Oh Aleluia! Muito obrigado Senhor por essa Palavra de Fé. Amém Senhor Jesus!

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